Acampando!

Para aqueles que já leram o meu perfil ali na aba “‘O’ Ryugakusei“, sabem que sou escoteiro desde que me conheço por gente. Ou até antes disso… CursoJlle_Faz.Chaparral_abr92

Mamãe e eu com o meu primeiro uniforme de lobinho. É, com certeza o movimento Escoteiros está presente na minha vida antes mesmo de eu me conhecer como pessoa.

E como sou um curioso por natureza, não poderia deixar de investigar um pouquinho como funciona o movimento escoteiro aqui do outro lado do mundo e que será palco do próximo Jamboree Mundial. E aproveitei que  ano passado quando participei do Fórum Mundial de Jovens na Eslovênia fiz um amigo e descobri que ele iria entrar para a Waseda University esse ano, mantive contato com ele e combinamos de quando o tempo permitisse (pois mesmo sendo do sul e acampando no frio, acampar na neve é quase uma falta de completa de sacanagem) iríamos acampar juntos com a tropa dele. 1743678_611336578994634_5708268470309189981_n

Meu amigo Naoto apresentando na Eslovênia o relatório de preparação para o Jamboree do Japão.

  E veio a calhar que nesse ensolarado final de semana eu estava livre e a tropa dele foi acampar. Então, depois de deixar a mochila pronta na sexta-feira  a noite, acordei as 5h da manhã e botei o pé na estrada em direção a estação para  pegar o metrô e os trens para chegar na estação combinada. Às 8h 15min da manhã, cheguei na estação de Akishima, que fica na vila de Akishima, na prefeitura de Tóquio. (Sim, andei duas horas de trem e metro e não saí de Tóquio. Mas pelo menos cheguei na zona “rural” e industrial). Encontrei meu amigo e seguimos para a sede do Dan de Akishima. O Dan é o nome da casa que abriga mais de uma seção escoteira (Pode ser uma alcateia, uma tropa escoteira, uma tropa sênior ou um clã, ou ainda todos juntos, como é o caso do Dan de Akishima; que para acrescentar ainda mais um pouco de pessoas, ali também é a sede das bandeirantes de Akishima).

   O Dan de Akishima

Depois de ajudar os chefes a carregar os carros com o material para o acampamento, seguimos para um pequeno parque aos fundos de uma transportadora onde os jovens já nos esperavam. Após a cerimônia de abertura, com direito à “Cação do escoteiro japonês” (Se eu entendi direito), os chefes passaram as instruções de como deveriam ser os campos e onde localiza-los e os materiais que eles poderiam utilizar. Como quase todos os escoteiros era recém passados da alcateia, tivemos que ajudar um pouco. Mas logo que o toldo ficou de pé e as mochilas estavam dentro das barracas, eles mesmo se viraram para montar o fogão aéreo, enquanto nós organizávamos o canto da chefia. Com o campo  pronto já quase no final do dia, o chefe deu a instrução de que eles mesmo teriam que comprar os mantimentos no mercado próximo e preparar o jantar.   img_0092

Bandeiras do Brasil, Japão e da Tropa 1 de Akishima

  E para isso o chefe da tropa retirou 2000en do envelope com o dinheiro da tropa e entregou para os monitores e disse que eles tinham que pedir a nota fiscal com o nome da tropa para colocar no livro de contas. Junto com cada patrulha foram dois chefes para acompanhar. Como tínhamos chefes de sobra, fiquei no campo para dar um último ajuste nas barracas e no toldo para não voarem e aproveitei para botar meu japonês em prática. E todos aproveitados para praticar idiomas, pois enquanto eu tentava o japonês, eles arriscavam o inglês. No jantar, vi que dei uma baita sorte, pois o chefe de tropa é cozinheiro na base da força aérea americana no Japão,  e preparou um prato simples mas super delicioso de ovos com cogumelos e arroz.

O jantar (Kekugaguen, se entendi o nome direito).

Assim que os jovens fomos dormir, aproveitamos para conversar um pouco mais, comer uma pizza e jogar um jogo de cartas que eu não conhecia e não entendi o nome, mas bem simples. Mas assim que eu descobri que teríamos que levantar as 4h da manhã para preparar a atividade, tratei de ir para a cama e dormir. E no dia seguinte estávamos lá, em pé, com apenas café na barriga, ao lado do rio pescando. Depois de verificar que tinha peixe e todos pegarmos pelo menos um, voltamos para o campo e o tomos o café que o assistente de tropa estava preparando (já que ele dispensou a pescaria). Com a barriga cheia, tratamos de acordar os meninos. Quando todos estavam alimentados e com os alongamentos matinais feitos, fomos todos para a beira do rio para pescar. Depois que todos pegaram um peixe pelo menos, a chefia começou a brincadeira com arminhas de água para ajudar a afugentar o calor dos que não queria entrar muito na água e para passar o tempo.   _DSC5492

O Campeão do dia, com 5 peixes pegos de uma só vez!

Próximo ao meio dia voltamos e o almoço começou a ser preparado, e logo depois disso, o campo desmontado e tudo carregado nos carros novamente. Assim que colocamos tudo de volta no lugar lá no Dan, fui para a estação onde as 17h 45min comecei a minha viagem de volta para casa.


E aqui mais algumas fotos do acampamento:

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Praticando a amarra diagonal

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O acampamento

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A identificação de que a barraca pertence os Escoteiros Japoneses

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Um arganel de Kakashi. (Personagem de Naruto)

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O monitor ensinando o outro escoteiro a botar a linha na vara.

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O chefe da tropa dando a instrução de como pescar

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Escoteiro pescando

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Meus amigos Mirai Senuma e Naoto Kimura

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E eu tentando aprender Ukulele

Japão e os muitos povos

Aquele que chegar no Japão e pensar que toda pessoa que ele encontrar na rua é Japonês está muito errado. Dentre os povos que estão aqui os mais comuns são Chineses, Coreanos e Brasileiros!

Das 127,5 milhões de pessoas que vivem no arquipélago japonês, 2.2 mi são estrangeiros, e desses 687 mil são chineses, 566 mil são Coreanos e 230,5 mil são Brasileiros (Os três povos com mais imigrantes).

No entanto, vários outros povos se encontram aqui e adoram expressar sua cultura. Não é incomum encontrar uma barraquinha com Kebab em um quiosque embaixo de uma estação de metro, ou mesmo restaurantes italianos e espanhóis ou ainda padarias francesas.

Os japoneses adoram receber os outros povos e vivenciar sua cultura. Um exemplo que eu vivi foi o do povo Alemão, que além de fazer várias oktoberfests pelo país em outubro, realiza outras edições ao longo do ano (Eu mesmo fui em uma em Maio!).

E cada vez mais restaurantes e festas estão surgindo! Até carnaval já é possível pular em alguns lugares.

Mas agora peço licença que vou ver se acho um churras de picanha ou uma feijoada completa por aqui para matar a saudade de casa…

Kabuki – Um teatro bem diferente

Semana passada fui conferir mais uma das expressões culturais do povo Japonês, o teatro de Kabuki. Mas qual a diferença entre o Kabuki e o teatro “ocidental”?

Vamos começar pelo nome. O nome Kabuki(歌舞伎) é composto por 3 kanjis, onde o 歌 (ka) é o ideograma para canto, o 舞 (bu) dança e o  伎(ki) é habilidade. Se juntar tudo e fizer uma tradução livre seria mais ou menos “a arte de cantar e dançar”. No entanto esses ideogramas se chamam ateji, que são ideogramas apenas com sentido fonético. Acredita-se que Kabuki venha do verbo kabuku que pode ser traduzido como “ser fora do comum”.

Mas por que fora do comum?

O Kabuki não tem apenas um estilo de apresentação. Exitem peças onde apenas se interpreta o papel com falas; há outras onde se conta a história através da música que se mescla com a fala dos personagens; e há outras onde há um narrador contando a sequência lógica dos fatos entre as falas dos atores.

“- Mas Tiago, eles também interpretam os papéis apenas com falas, como no ocidente, por que a diferença?”

Devido a isso aqui:

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e isso aqui:

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Na primeira imagem dá para perceber a careta do ator. É super comum e típico dos atores fazerem essas caretas além de puxarem bem a última sílaba de algumas frases.

Já na segunda imagem, podemos ver uma personagem feminina, mas no entanto só há atores nessa arte, nenhuma atriz. E isso deve-se a um antiga lei (de 1629) que já caiu mas que não conseguiu alterar a história dessa arte exclusiva masculina.

E outro fator que diferencia bem o Kabuki do teatro ocidental é o público. Já que os atores são bem famosos (pois o japoneses consideram essas uma das tradições mais antigas ainda viva e quase inalterada.), o público grita o nome dos atores assim que eles aparecem no palco, e no meio da peça! O por que? Pois é uma forma de incentivo ao ator. Já que o público que está ali o conhece, ele tem que fazer o seu melhor para agrada-lo!

O kabuki é tão famoso que não é raro atores famosos do Kabuki conseguirem papéis na televisão e no cinema.


A história do Kabuki

Acredita-se que o Kabuki tenha surgido em 1603 onde uma “sacerdotisa” de um templo em Kyoto passou a executar um novo estilo de dança dramática. Logo essa performance ficou famosa e várias trupes surgiram. Como eram trupes exclusivamente femininas, e as danças eram  sensuais, muitas atrizes estavam dispostas a prostituição. E com todo o problema que essa prática traz, logo o imperador proibiu a prática tanto por mulheres quanto por jovens rapazes. Apenas homens adultos podiam realiza-la, o que fez com que eles interpretassem tanto homens quanto mulheres. Mas a popularidade da arte ficou em baixa.

O Kabuki só voltou a ser visto com bons olhos depois da restauração Meiji (lá pelos anos de 1860~70). Com a supressão da classe dos samurais e a abertura para o ocidente, a arte voltou a crescer e se adaptou tao bem e recuperou tanto o crédito perante o povo que até o Imperador Meiji participou de uma das performances.


Se quiserem saber um pouco mais:
Wikipédia

Ou perguntem nos comentários!

 

 

Terremoto!

Durante esses 8 meses aqui no Japão pude ter a experiência de vivenciar alguns pequenos terremotos. E em diferentes situações: dentro do metrô, na rua ou dentro de prédios mas em andares próximos ao solo.

No entanto ontem o abalo foi um pouquinho mais forte. Segundo o site de notícias Japan Today, o terremoto que atingiu a região de Kanto (onde fica Tóquio) teve a magnitude de 5.6 na escala Richter e aconteceu a mais ou menos 51 Km abaixo do superfície da terra ao norte da Prefeitura de Saitama)que fica a noroeste da prefeitura de Tóquio). Mas para aqueles um pouquinho mais preocupados, podem ficar tranquilos que não há risco de Tsunami.

A minha experiência com esse foi um pouquinho diferente das outras, primeiro devido a intensidade, e depois devido a uma sequência de fatos que não presenciei nos anteriores. Vou descrever minha experiência com horário para se ter uma noção da velocidade dos acontecimentos.

Segundo-feira no período da tarde(das 13h às 16:15, com 15 mim de intervalo às 14h30) eu tenho aula de japonês no 5º andar do prédio de línguas estrangeiras da minha universidade. E como mais um dia comum e ensolarado, fui para a aula.

Às 14:15, no horário local, a minha sensei de japonês distribuiu o exercício de leitura que iríamos fazer. Depois de uma leitura rápida e uma pequena série de perguntas para ver se todos compreenderam, ela nos instrui para começarmos um exercício de grupo onde cada um iria ler em voz alta um frase do texto.

Às 14:27 eu começo a leitura do meu trecho, e quando eu estava quase terminando começamos a sentir um pequeno tremor. Mas como já é comum eles acontecerem, continuamos como se nada estivesse acontecendo. Mas…

Assim que eu terminei a frase, às 14:28, sentimos um solavanco mais forte e em questão de segundos, um alarme começa a tocar falando “Jishin desu, jishin desu, jishin desu,…”(Jishin significa terremoto), avisando que estava acontecendo um terremoto. E no mesmo instante que o alarme tocou, as meninas mais novas da sala (Com seus 14, 15 e 17 anos respectivamente) se assustaram, berraram e correram para debaixo da mesa.  Eu observei a minha professora, e como ela estava atenta para ver se seria mais forte mas não se mexeu, fiquei parado na minha cadeira observando ela para caso algo mudasse.

Depois do abalo mais forte, o prédio continuou a tremer, a os celulares começaram a apitar. Mas não eram mensagens de whatsapp ou sms perguntando se estava tudo bem. Foi a seguinte mensagem que pipocou em quase todos os aparelhos:
Arquivo 27-05-15 02 27 47
Aviso no celular do meu amigo. Como no meu plano eu não precisei registrar o meu endereço, não recebi nada.

E ela diz o seguinte:
Aviso Prévio  (Há 14 minutos)
Aviso prévio de terremoto
Terremoto na Prefeitura de Saitama. Por favor se prepare para fortes tremores. (Agência Meteorológica do Japão).

Assim que os tremores ficaram quase imperceptíveis e todos se acalmaram,  a professora deu o intervalo e recomendou que quem fosse sair do prédio para ir na conveniência mais próxima lanchar, que fosse de escadas, já que ainda era possível terem outros tremores e o elevador poderia ficar preso (além de tremer muito lá dentro é claro).

Durante o intervalo, além da visita do guarda do prédio para ver se estava tudo bem (o coitado subiu o prédio inteiro e foi de sala em sala verificar todo mundo) recebi outras notícias de alguns dos efeitos do terremoto no grupo que temos no LINE(Aplicativo de mensagens parecido com o Whatsapp) com todos os brasileiros. As linhas de metrô pararam por alguns minutos (até terem a certeza que nada pior iria acontecer) e uma amiga que estava no 11º andar do prédio mais alto do campus das engenharia, falou que lá tremeu muito.

(Além disso, 2 pistas do aeroporto de Narita ficaram fechadas por 10 min e após a inspeção foram re-abertas. Nada aconteceu no aeroporto de Haneda).

Como nada mais grava aconteceu, assim que o intervalo acabou voltamos com a aula e o dia seguiu normalmente, como se nada tivesse acontecido…

 

Saúde: Máscaras Cirúrgicas na Rua

Outro dia postei essa foto no meu instagram (parar aqueles que não tem instagram, podem ver as fotos que posto nessa coluna aqui do lado esquerdo da tela):

O Buda gigante e o Japonês de Máscara.

 

E não demorou muito para uma amiga perguntar o por que do japonês que aparece ali embaixo, próximo ao meu ombro, estar usando uma máscara. E já que essa dúvida surgiu, decidi escrever esse post.

O uso da máscara na rua tem alguns motivos, quase todos ligados a saúde, entre eles:

 

1. Respeito ao próximo

Aqui, a grande maioria dos funcionários é pago por hora trabalhada. E hora trabalhada mesmo, se você trabalhar uma hora a menos fica sem receber essa hora. Até os minutos contam. E por isso, ficar doente por um dia é um prejuízo enorme.

E como o sentimento de coletividade é muito grande, aqueles que ficam doentes e precisam sair de casa, usam a máscara para evitar contaminar os outros. E quem está saudável usa para evitar ficar doente.

 

2. Etiqueta

Relacionado ao motivo 1, o motivo dois é a etiqueta. Quando se está doente, se você não sair com máscara, as pessoas olham feio para você. Mas feio mesmo, com olhares de indignação as vezes. Mas só por uns segundos, pois logo eles voltam ao que estavam fazendo.

Para exemplificar: Outro dia caminhando da estação em direção ao meu dormitório, bateu um vento gelado e junto com ele veio uma vontade imensa de espirrar.  Com esse meu pequeno pulmão, o estrago seria inevitável, então tratei logo de ir para o lado da calçada próximo aos canteiros e espirei para o lado deles, sem atingir ninguém. Mas isso não evitou que os transeuntes na minha frente a atrás de mim, dessem uma pequena afastada pelo resto do caminho, mas não sem antes dar uma olhada no meu resto e fazer uma cara de reprovação por eu estar sem máscara.

E outro caso de etiqueta é para evitar falar com quem você não quer de uma forma educada. Geralmente quando alguém está de máscara, as pessoas evitam falar com ela. Então alguns japoneses se aproveitam desse fato para ficarem em seus cantos sossegados sem serem incomodados.

 

3. Kafunsho (ou febre do feno/Polinose)

Do final do inverno até o final da primavera, o ar por aqui ficar super carregado com pólen e geralmente do pólen de cedros (chamados de sugi) e dos ciprestes (hinoki), árvores típicas do Japão e que tem muito, a dar com pau, por aqui. E aproximadamente 20 milhões de pessoas (1 em cada 6 japoneses) sofrem de polinose. E para evitarem ficar congestionados e o mal estar causado por essa doença, eles utilizam  muito a máscara na rua para tentar reduzir a quantidade de pólen aspirada durante o dia.

E essa preocupação é tão séria que a previsão do tempo trás a previsão para o dia seguinte a concentração de pólen em cada área do Japão.

Os sintomas são espirros, secreção e obstrução nasal, coceira nos olhos, dor de cabeça, coceira na garganta, tosse, coceira na pele, falta de ar, e em raros casos febre.

 

4. Calor

E por último, para não alongar o post muito, um dos motivos para a utilização é calor, proteger as bochechas do frio e esquentar o ar respirado para ficar mais aquecido.

Essa eu descobri com um amigo de Taiwan em um acampamento no Canadá, que quando chegava o horário da noite colocava a máscara. Quando perguntei se ele estava doente, ele falou que usava só para aquecer o ar que respirava. E uma das minhas amigas japonesas confirmou que aqui eles também usam para aquecer o ar.

 

 

Bom, agora com licença que vou lá comprar um pacotinho de máscaras(que que vendem aos montes e em todo lugar) para deixar na mochila caso de uma vontade imensa de espirar de novo.

 

Privada Tech.

Creio que é de conhecimento geral que as privadas (vaso sanitário, latrina, reservado, toilet, troninho, assento da humildade, como você preferir) é um pouco diferente do padrão ocidental, e diferente em duas formas, assim:

O modelo clássico

 

ou assim, que é o tema desse post.

    O modelo Star Trek

 

Sim, a grande maioria dos assentos tem toda essa parafernália nele. E como dá para perceber quase nada de ajuda para os não falantes da língua japonesa a não ser alguns desenhos. E sim, eu aprendi na base da paulada o que era cada um, já que não poderia segurar tanto tempo para usar o assento.

 Mas hein?

E há botões para ambos os sexos, outros só para mulheres. E alguns são só frescura mesmo.  Nesse modelo não tem o botão da musiquinha. Sim, é considerado um tabu fazer barulhos quando se usa o banheiro, em especial no número 2, então tem um botãozinho com musiquinha para abafar os barulhos.

Mas como eu disse, tem botões para mulheres e para homens. Como dá para ver, tem um botãozinho para a saída “de trás” e outro apenas para “a frente” para as mulheres (claro que esse nunca precisei testar).

   Parar, nádegas, bidê. (Respectivamente)

E se não bastasse o as duas opções de saída de água, tem como regular a pressão.

 Fraco, forte.  

E claro, se tem como regular a pressão, a temperatura da água também é regulável. Água gelada ou pelando no fiofó, você tem o controle total. Além de controlar a temperatura do assento, botão para testar se os jatos estão funcionando ou não entre outros que não testei.

 As luzes são para indicar as temperaturas, e os botoes? Cada um para uma infinidade de coisas.

E se alguém estiver se perguntando o que é necessário para instalar esse vaso, é bem simples. É só comprar o assento em qualquer loja de departamento, ter uma tomada próxima do assento é o cano da saída de água. e tadã! É só sentar e usar!

Mas Tiago, como faz para dar a descarga?
Alguns tem um botãzinho para isso, mas geralmente é assim mesmo:

  É só puxar.

Golden Week! E o dia das crianças!

A Golden Week, ou Semana Dourada, aconteceu semana passada. Mas o que é a Golden Week? Resumindo: Feriados, muitos feriados, juntos, de uma vez só. Quase uma mini férias.

A Golden Week é uma semana que junta 4 feriados mais um final de semana para deixar o povo bem descansado. São 4 feriados que compões a semana:
29 de abril: Midori no Hi (Dia Verde), onde comemora-se o aniversário do imperador Showa. Chama-se Dia Verde pois o imperador apreciava muito a natureza.
03 de maio: Kinen de Kenpo: é o Dia da Constituição, desde 1947.
04 de maio: Kokumin no Kyujitsu (Entre o Dia): foi criado para que a Golden Week se tornasse uma semana de feriados contínuos.
e o dia 05 de maio: Kodomo no Hi é o “Dia das Crianças” ou, como também é chamado, Tango no Sekku (Dia dos Meninos)(O “Dia das meninas” é comemorado no dia 3 de março, no Hinamatsuri).

Dos 4 feriados, o mais comemorado mesmo é o último, o dia das crianças. Duas semanas antes as famílias penduram os Koinoboris, que são enfeites com algo parecido com uma pipa cilíndrica, que tem o desenho de carpas, e cada carpa representa um integrante da família. Esse enfeito é constituído por uma carpa maior e preta, que simboliza o pai; uma média e vermelha, que representa a mãe; e outras menores, uma de cada cor, uma para cada criança da casa.
Nesse dia as crianças ganham presentes que podem ser brinquedos ou dinheiro. E as famílias aproveitam para passear em parque e brincar com seus filhos.

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O Koinoboris, com um enfeite a mais que o normal.

Devido ao longo período de feriados, a Golden Week é o terceiro feriado mais comemorado do Japão, ficando atrás apenas do Ano novo e da semana Obon, que acontece em agosto.

E é tão feriado mesmo, que tirando as Conbinis (lojas de conveniência) que são 24h, hospitais e delegacias,  e alguns comércios; tudo tem um horário especial de funcionamento, chegando a algumas revistas, como a Shonem Jump (uma das maiores revistas de mangás) não ser publicada nessa data.

O ponto contra dessa semana é que todos os lugares estão super cheios e todas as opções de viagem são super caras. Mas super caras mesmo. E como vida de bolsista em cidade grande e cara não é fartura, aproveitei para passear um pouco por Tóquio mesmo e descobri novos lugares, mas isso fica para outro post.

E já que esse ano vou ter a chance de “comemorar” dois dias das crianças (O japonês e o brasileiro), aproveito e peço: Quero presente mãe! (E pode esperar que em outubro vou querer de novo!)

 

HAHA NO HI (母の日) – DIA DAS MÃES!

Como amanhã é dia das mães não só no Brasil, mas como em boa parte do mundo, inclusive o Japão, o post de hoje é para aquela que já tá contando os dias para eu voltar para casa antes mesmo de eu ter pensado em presente de natal, minha mamãe! Aqui no Japão, o dia das mães é chamado de Haha no Hi (Haha = mãe; e Hi = dia) e é comemorado no segundo domingo do mês de maio. Inicialmente ele era comemorado no dia 6 de março, em homenagem a Imperatriz Kojun, a mãe do imperador Akihito (o atual imperador). Um presente comum aqui é dar cravos vermelhos, amarelos ou rosas. Cravos são considerados símbolos das mães por causa de sua doçura, pureza e resistência e nesses dias que antecedem o Dia das Mães, as floriculturas aumentam os preços de maneira absurda. Vi na floricultura aqui perto de casa um buquê de cravos custando ¥2500 (+/- R$50,00). Aqui, é comum as crianças, especialmente aquelas entre 6 e 14 anos,  expressarem seu amor pelas mães. As famílias costumam ir a parques ou praças para um passeio em família. É comum também as crianças irem para a cozinha, preparar algo especial para agradar suas mães e também participam de um concurso de arte, onde desenham um retrato de suas mães, como forma de homenageá-las. Bom, como a minha está do outro lado do mundo, só posso dizer: Te amo mãe. 

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Japão: A pátria educadora

日本, Nihon, é como é conhecido por aqui o Japão, no linguajar popular (o nome oficial é Nippon).
Esses kanjis quando lidos juntos, significam Origem do Sol ou Terra do sol nascente. No entanto, quando lidos separados, cada um tem um significado próprio,   sendo 日 lido como Ni, e o kanji significando Sol; e 本 lido como Hon, com o Kanji podendo significar livro.

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Com um país que tem no “nome” o ideograma de livro, não poderia se esperar menos que um país super educado e que valoriza muito a educação.

O sistema de educação aqui funciona da seguinte forma:
O ensino compulsório compreende 6 anos de Escola primária¹ (Elementary School) e 3 de Escola Secundária¹ (Junior High School), no entanto a grande maioria das crianças vai a creches até o 6 anos, quando começa o ensino compulsório; e 95% vão para o Ensino Médio (High School). Mas desses, apenas metade vão para a Universidade ou um “Junior College”(que eu creio ser a escolas técnicas). Isso se deve inicialmente ao alto custo das universidades, pois elas não são de graça; e que o ensino médio daqui é realmente muito bom.

Para se ter uma ideia do porque eu falar da qualidade do ensino médio daqui mesmo sem ter feito ele aqui ou sequer ter conversado com um estudante atual do ensino médio, outro dia eu estava em uma aula de Mecânica das Estruturas, que aqui é matéria do segundo ano do curso de Engenharia Civil, e o professor começou a explicar a ação de forças que ocasionam o stress de um componente da estrutura e colocou um fórmula que eu vi em Cálculo 3, no entanto assim que ele colocou a fórmula no quadro, ele perguntou que fórmula era aquela e que esperava que todos ainda lembrassem mesmo sendo do ensino médio(EM). No momento eu estranhei, ensino médio? Assim que a aula terminou, ou bati uma foto do meu caderno e enviei para uma amiga japonesa que já fez essa aula e perguntei se ela se lembrava da fórmula (sem mencionar a questão do EM) e ela prontamente disse que sim e que tinha aprendido no 3º ano do EM.

Outro exemplo é meu professor de estruturas metálicas do semestre passado, que era professor convidado na Waseda, e que saiu do emprego na Nippon Steel (a maior produtora de aço do Japão), e um emprego com um alto salário em uma empresa super conceituada por aqui (e com um super escritório que nós fomos visitar em uma das aulas no semestre passado), para ir dar aula na Universidade de Tóquio e passar 1 ano como professor convidado em uma universidade da Austrália.

E a valorização da educação não é só no meio acadêmico. No dinheiro, a menor e a maior nota em papel trazem respectivamente um pesquisador e um professor fundador de uma universidade.

A nota de 1000 yenes, que traz a imagem de Hideyo Noguchi, 野口 英世 (1876-1928), um bacteriologista que se dedicou a pesquisa da febre amarela e da Sífilis.


A nota de 10000 yenes, que traz o retrato de Yukichi Fukuzawa,福澤 諭吉 (1835-1901), filósofo e fundado da Universidade de Keio (a maior rival de Waseda nos esportes).

Existe uma lenda(que eu esqueci de perguntar para minha amiga se é verdadeira), que as únicas pessoas que não precisam se curvar para o imperador quando ele aparece ou chegar em algum lugar, são os professores, pois em uma terra sem professores não pode haver imperadores. (mas claro que os professores se curvam pois o imperador é o imperador).

E a escola não só é um local de aprendizado do conhecimento, mas também de valores. Os jovens são responsáveis por manter a escola limpa e levar a merenda para a sala (já que os jovens geralmente comem na sala nas escolas que oferecem comida).  E eles gostam tanto da escola que mesmo hoje, que é feriado devido a Goldem Week e em especial o dia das crianças, a escola que fica aqui atrás do dormitório estava cheia de crianças jogando badminton, correndo na pista de corrida e outras tanto fazendo torcida para os corredores.

E por último, quando alguém se refere ao professor (que não seja ele se referindo a si mesmo como professor) a palavra utilizada é sensei, que pode ser traduzida como Honorável Mestre ou Adorável Mestre.


¹ Os nomes foram traduzidos pelo Google tradutor, já que o sistema é um pouquinho diferente daquele que estou acostumado no Brasil.

A terra do Sol Nascente pelo olhos de um Ryugakusei