Para aqueles que já leram o meu perfil ali na aba “‘O’ Ryugakusei“, sabem que sou escoteiro desde que me conheço por gente. Ou até antes disso…
Mamãe e eu com o meu primeiro uniforme de lobinho. É, com certeza o movimento Escoteiros está presente na minha vida antes mesmo de eu me conhecer como pessoa.
E como sou um curioso por natureza, não poderia deixar de investigar um pouquinho como funciona o movimento escoteiro aqui do outro lado do mundo e que será palco do próximo Jamboree Mundial. E aproveitei que ano passado quando participei do Fórum Mundial de Jovens na Eslovênia fiz um amigo e descobri que ele iria entrar para a Waseda University esse ano, mantive contato com ele e combinamos de quando o tempo permitisse (pois mesmo sendo do sul e acampando no frio, acampar na neve é quase uma falta de completa de sacanagem) iríamos acampar juntos com a tropa dele.
Meu amigo Naoto apresentando na Eslovênia o relatório de preparação para o Jamboree do Japão.
E veio a calhar que nesse ensolarado final de semana eu estava livre e a tropa dele foi acampar. Então, depois de deixar a mochila pronta na sexta-feira a noite, acordei as 5h da manhã e botei o pé na estrada em direção a estação para pegar o metrô e os trens para chegar na estação combinada. Às 8h 15min da manhã, cheguei na estação de Akishima, que fica na vila de Akishima, na prefeitura de Tóquio. (Sim, andei duas horas de trem e metro e não saí de Tóquio. Mas pelo menos cheguei na zona “rural” e industrial). Encontrei meu amigo e seguimos para a sede do Dan de Akishima. O Dan é o nome da casa que abriga mais de uma seção escoteira (Pode ser uma alcateia, uma tropa escoteira, uma tropa sênior ou um clã, ou ainda todos juntos, como é o caso do Dan de Akishima; que para acrescentar ainda mais um pouco de pessoas, ali também é a sede das bandeirantes de Akishima).
Depois de ajudar os chefes a carregar os carros com o material para o acampamento, seguimos para um pequeno parque aos fundos de uma transportadora onde os jovens já nos esperavam. Após a cerimônia de abertura, com direito à “Cação do escoteiro japonês” (Se eu entendi direito), os chefes passaram as instruções de como deveriam ser os campos e onde localiza-los e os materiais que eles poderiam utilizar. Como quase todos os escoteiros era recém passados da alcateia, tivemos que ajudar um pouco. Mas logo que o toldo ficou de pé e as mochilas estavam dentro das barracas, eles mesmo se viraram para montar o fogão aéreo, enquanto nós organizávamos o canto da chefia. Com o campo pronto já quase no final do dia, o chefe deu a instrução de que eles mesmo teriam que comprar os mantimentos no mercado próximo e preparar o jantar.
Bandeiras do Brasil, Japão e da Tropa 1 de Akishima
E para isso o chefe da tropa retirou 2000en do envelope com o dinheiro da tropa e entregou para os monitores e disse que eles tinham que pedir a nota fiscal com o nome da tropa para colocar no livro de contas. Junto com cada patrulha foram dois chefes para acompanhar. Como tínhamos chefes de sobra, fiquei no campo para dar um último ajuste nas barracas e no toldo para não voarem e aproveitei para botar meu japonês em prática. E todos aproveitados para praticar idiomas, pois enquanto eu tentava o japonês, eles arriscavam o inglês. No jantar, vi que dei uma baita sorte, pois o chefe de tropa é cozinheiro na base da força aérea americana no Japão, e preparou um prato simples mas super delicioso de ovos com cogumelos e arroz.
O jantar (Kekugaguen, se entendi o nome direito).
Assim que os jovens fomos dormir, aproveitamos para conversar um pouco mais, comer uma pizza e jogar um jogo de cartas que eu não conhecia e não entendi o nome, mas bem simples. Mas assim que eu descobri que teríamos que levantar as 4h da manhã para preparar a atividade, tratei de ir para a cama e dormir. E no dia seguinte estávamos lá, em pé, com apenas café na barriga, ao lado do rio pescando. Depois de verificar que tinha peixe e todos pegarmos pelo menos um, voltamos para o campo e o tomos o café que o assistente de tropa estava preparando (já que ele dispensou a pescaria). Com a barriga cheia, tratamos de acordar os meninos. Quando todos estavam alimentados e com os alongamentos matinais feitos, fomos todos para a beira do rio para pescar. Depois que todos pegaram um peixe pelo menos, a chefia começou a brincadeira com arminhas de água para ajudar a afugentar o calor dos que não queria entrar muito na água e para passar o tempo.
O Campeão do dia, com 5 peixes pegos de uma só vez!
Próximo ao meio dia voltamos e o almoço começou a ser preparado, e logo depois disso, o campo desmontado e tudo carregado nos carros novamente. Assim que colocamos tudo de volta no lugar lá no Dan, fui para a estação onde as 17h 45min comecei a minha viagem de volta para casa.
E aqui mais algumas fotos do acampamento:
Praticando a amarra diagonal
O acampamento
A identificação de que a barraca pertence os Escoteiros Japoneses
Um arganel de Kakashi. (Personagem de Naruto)
O monitor ensinando o outro escoteiro a botar a linha na vara.
O chefe da tropa dando a instrução de como pescar
Escoteiro pescando
Meus amigos Mirai Senuma e Naoto Kimura
E eu tentando aprender Ukulele